quarta-feira, 17 de março de 2010

A RAIVA PODE SER POSITIVA

A maioria das pessoas pensa na raiva como um sentimento negativo, que destrói, machuca e agride. Pode ser expressa de duas formas: externamente, brigando, traindo, chorando, matando, quebrando; e internamente, causando doenças como depressão, câncer, gastrite, pressão alta e muitas outras.
O sentimento de raiva surge a partir de um limite não aceito, de agressões, de ser vitimizado, lesado, de sentir-se impotente diante de alguma situação vivida. É um estado emocional que varia de intensidade (força) desde um aborrecimento leve até episódios de fúria e descontrole total.
Toda vez que vivemos situações que não são da forma como esperamos, que nos frustram ou nos desapontam, podemos desencadear sentimentos de raiva. São situações que SEMPRE irão acontecer na nossa vida. Mas, como agir diante dessas situações sabendo “lidar” com a raiva provocada por ela?
Nesses momentos desagradáveis, incômodos, devemos lembrar que “explodir, engolir ou negar” o sentimento de raiva não resolverá NADA! A RAIVA existe e temos que, num primeiro momento interromper o processo. Como dizem popularmente: “contar até 10”, “respirar” e tentar retornar a um equilíbrio para conseguir ORGANIZAR a situação e saber AGIR diante dela. Somente dessa forma poderemos recuperar a nossa capacidade de enxergar o que REALMENTE está acontecendo e o que TEMOS que fazer diante de tal situação.
A raiva deve ser entendida como um sinal de alerta para PARAR e AGIR de forma correta, organizando e transformando a situação-problema. Sempre podemos aprender algo com a raiva. Quando ela é sentida, significa que a situação é incômoda, que não aceitamos algo. Nossa atitude deve ser consciente para conhecer cada vez mais nossos LIMITES, aquelas “coisas” que a gente aceita ou não, permite ou não, para cada vez mais não nos encontrarmos, repetidamente, nessa mesma condição.
Por exemplo: quando somos vítimas de uma injustiça, devemos pensar o que temos que FAZER para não estarmos mais, num futuro, em situação semelhante. Se falharmos em algo no trabalho, relacionamento amoroso, com a família, devemos lidar com a raiva que sentimos do outro e também de nós mesmos, para melhorarmos aprendendo com o nosso erro ou falta de conhecimento em como ter agido diante do acontecimento.
Se ficarmos cultivando o sentimento de raiva, iremos nos paralisar, destruir, causar doenças, prejudicar a carreira, a vida pessoal etc.
O filósofo Santo Agostinho cita que “a ESPERANÇA tem duas filhas lindas: a INDIGNAÇÃO (raiva) e a CORAGEM. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; e a coragem nos ensina a mudá-las”.
Entendemos então que só agindo dessa forma, ENCARANDO O SENTIMENTO DE RAIVA, conseguiremos não permanecer paralisados na vida. Temos que ter a coragem de modificar as situações, para conseguir ter ESPERANÇA e CRESCIMENTO como pessoa.

QUANDO AS MANIAS SÃO DOENÇAS

Todos nós temos manias. São nossas “esquisitices”, jeitos de se comportar ou pensar particulares. Porém, em vários casos ocorre que a simples mania se torna uma doença e muitos não percebem ou demoram demais para perceber e buscar tratamento.
Mas como saber o que é uma simples mania ou quando estamos apresentando uma doença?
Vamos esclarecer então o que é primeiramente a mania. A mania são comportamentos simples, muitas vezes até estranhos ou sem sentido para as outras pessoas. Como exemplos, podemos citar o ato de colecionar objetos, preferir dormir em uma determinada posição, escrever com um mesmo tipo de caneta entre muitas outras coisas corriqueiras que PREFERIMOS fazer de um determinado jeito. A mania é PRAZEROSA, sentimos prazer em realizar o ato.
O problema começa quando começamos a PRECISAR fazer determinada coisa para nos sentirmos bem. As manias se tornam doença quando: “se não fizermos de determinado jeito, nós paralisamos ou nos sentimos muito angustiados”.
A doença que se caracteriza nesse momento é o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Esse nome, para muitas pessoas é assustador e significa que a pessoa apresenta comportamentos, ações repetitivas como TER que verificar a fechadura das portas varias vezes antes de sair ou dormir, TER que lavar as mãos por medo de estar contaminado, TER que arrumar as roupas sempre de um determinado jeito, TER que contar objetos várias vezes (o que seria a compulsão) e por tornar-se escravo de determinados pensamentos como o medo de se sentir sozinho ou ter que sempre andar de carro ou ônibus pelo medo de voar imaginando que o avião vai cair (o que seria o pensamento obsessivo).
No TOC, precisamos realizar esses comportamentos para nos sentimos aliviados, pois senão a ansiedade ou o medo se tornam praticamente insuportáveis.
Apresento mais alguns exemplos do que seriam comportamentos normais e outros quais já passaram o limite.
• Permanecer na internet 1 ou 2 horas está dentro do normal, mais que isso (fora quem depende dela para o trabalho) já deve ser observado mais atentamente;
• Checar se a casa está fechada antes de sair é normal, ter que fazer isso repetidas vezes para só assim conseguir sair é sinal que algo não está bem;
• Lavar as mãos antes de comer e depois de chegar da rua é normal, ter que lavar várias vezes já, devemos prestar mais atenção neste comportamento;
• Fazer coleções é normal, guardar objetos sem deixar que ninguém jogue fora, como se dependesse deles já é um problema;
O TOC então é: a repetição dos comportamentos sem finalidade nenhuma e a falta do controle dos pensamentos e de tais atos.
A doença tem tratamento com medicamento e psicoterapia. Onde os medicamentos irão diminuir a ansiedade e as angústias sentidas e a psicoterapia irá ajudar a pessoa a desmistificar suas crenças associada aos comportamentos repetitivos, se descondicionar do “vício” dos comportamentos e se LIBERTAR de tais ações onde ela se tornou prisioneira de seus próprios comportamentos e pensamentos.