quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A PIOR TRAIÇÃO É AQUELA QUE COMETEMOS CONTRA NÓS MESMOS

No consultório de psicologia, um dos principais entraves visto nas analises, são os momentos que percebemos que seu pior inimigo é VOCÊ MESMO. Por diversas razões, você é aquele que impede o seu próprio crescimento e evolução. Fazemos planos, traçamos metas, temos sonhos mas nada se concretiza. Não conseguimos ter sucesso naquilo que desejamos. Claro que existem condições da vida e erros que podemos cometer. Aqui estou pontuando os mecanismos que nós mesmos produzimos para não deixar que tenhamos o êxito. Inicialmente, temos que ter bem claro qual ou quais são nossos reais objetivos. Por exemplo: crescimento profissional, ter um relacionamento afetivo bem sucedido, abandonar um vício. A auto-sabotagem impede que o resultado positivo aconteça. Nós queremos, mas de alguma forma, nosso inconsciente não permite conseguir. Sem percebermos, o inconsciente está presente, criando estratégias em meio a “labirintos desconhecidos” que nos levam ao fracasso. Esses labirintos inconscientes podem estar relacionados a situações que vivemos em nossa infância (como ter ouvido muitas vezes coisas do tipo: você não é capaz, você não faz nada certo, você é feio, você não presta para nada, você é gordo, ninguém gosta de você), sendo assim, Se for uma questão relacionada ao passado, você precisa identificar para se libertar disso. Outro entrave inconsciente são situações de “acomodação psíquica”. Na acomodação é como se a nossa mente procurasse nos manter na mesma situação, não aceitando a mudança que desejamos. Por exemplo, para ilustrar a acomodação: A pessoa fuma e deseja parar de fumar e não consegue. É como se a mente dela “quisesse” que ela continuasse fumando pois entende que “dá trabalho” mudar o comportamento, tem que utilizar muita energia psíquica para realmente mudar. Um outro fator que faz com que nos sabotemos é a ILUSÃO criada sobre situações e/ou pessoas. Exemplo: estar em um relacionamento conflituoso, doentio, que não proporciona felicidade e não sair dele por “achar” que o outro irá mudar. Ou não se esforçar, estudar, aumentar as suas competências “imaginando” que seu chefe irá te promover por considerar que você é uma boa pessoa, amigo. Somente conseguiremos realizar mudanças em nossas vidas se realmente percebemos o que está tirando o foco. Um exemplo de pequenas ações que são indicadores que uma auto-sabotagem acontece é, ter que alcançar uma meta (realizar um trabalho) e sempre que encontra algo um pouco mais complicado, você para, entra no facebook, sai tomar um café... e perde o foco do seu objetivo. Ou quando precisa ter uma conversa definitiva com seu parceiro (a), interrompendo o ciclo que não está te fazendo feliz, você acaba desistindo Normalmente acontece uma angústia, uma ansiedade (certo “peso” na consciência) sempre depois dessas ações, pois sabemos que está indo na direção contraria do que desejamos. É como se a nossa mente mostrasse para nós mesmo o que você não quer se confrontar. Aprender a focar e objetivar o que realmente se deseja, passa por saber analisar as condições externas (da realidade da situação, das condições para que isto seja realmente possível) e das condições internas (o que está me impedindo de conseguir meus objetivos). Não seja seu traidor! Isso em grandes escolhas e também nas pequenas decisões do seu dia-a-dia.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

PODER

O poder fascina muitas pessoas, mas o que é de fato o “poder”? As pessoas que possuem esse desejo de “ter poder” desejam na verdade muitas outras coisas: dinheiro, fama, necessidade de controlar outras pessoas, de sentir-se superior, ter status social, acumular diversos tipos de ganhos, não ter que dividir... É uma pessoa insatisfeita que possui um forte sentimento de inferioridade que “evolui” para uma necessidade de domínio e acúmulo de posses. Sentem-se, muitas vezes inconscientemente, inseguras, fracassadas, rejeitadas, incompetentes. Sendo assim, ela é dominada por um desejo ganancioso. Visa sempre um ganho nas suas atitudes, um lucro. Busca com isso se satisfazer, compensando dessa forma os sentimentos de inferioridade e incompetência que possui e a atormentam. Diferencio a ganância da ambição. A ambição é o desejo de ganhos, conquistas, realização. Desejos estes necessários e saudáveis para o desenvolvimento das pessoas. É positivo se acontecer em um nível adequado. Ter certo grau de ambição é necessário, positivo para o crescimento e a realização de sonhos. Porém se esta ambição está exacerbada, em excesso, torna-se prejudicial, negativa, destrutiva e liga-se a ganância. A pessoa que deseja o poder, nesse sentido, nunca se satisfaz, nunca supre as faltas que realmente sente pois não são essas conquistas que irão realmente fazê-lo deixar de sentir-se de fato frustrado. Freud demonstra analisando Macbeth e a personagem Lady Macbeth (OS ARRUINADOS PELO ÊXITO Volume XIV das Obras Completas de Sigmund Freud) que as frustrações não são satisfeitas por esse poder e essas conquistas e muitas vezes arruínam as pessoas. Fica claro que obter o poder nunca traz a felicidade tão desejada. Essas pessoas serão sempre insatisfeitas, sentirão sempre inferioridade e incompetência e mesmo que atinjam os seus objetivos, muitas vezes não os suportam e chegam a adoecer e até mesmo morrer por isto. Outro autor, Alfred Adler, diz muito em sua teoria sobre esse desejo de poder, o quanto as pessoas são motivadas e destruídas por ele. Sempre insatisfeitas, as pessoas podem fazer escolhas que a levem a caminhos muito negativos e que não atinjam os objetivos reais em se tornarem satisfeitas e felizes. Vemos assim que o desejo de poder, não evolui os seres humanos pois é totalmente contrario a um pensamento de vida plena, em conjunto com os outros, uma vida social adequada e contendo felicidade e satisfação. Só demonstra o quanto que é movido pelo desejo de poder pensa individualmente e é dotado de grandes faltas e frustrações, prejudicando a si mesmo e certamente naqueles que convive ou domina. Como diria Carl G. Jung: Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro. Somente com o amor e o desprendimento da tentativa de compensações pelo poder esta pessoa poderá evoluir e um dia, resolver suas questões que o aterrorizam e causam tanto mal. Kely Schettini