segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Comportamento de vício
O que é o vício? Será que você é viciado em alguma coisa?
Saber reconhecer o que é o vício é fator fundamental para conseguirmos identificar se nos tornamos viciados em algo ou mesmo em algum modo de agir.
Vício é um comportamento repetitivo que como conseqüência resultará em algo prejudicial, negativo. Em um primeiro momento, essa repetição da ação pode proporcionar prazer, mas, posteriormente, ocasionará algum dano, físico e/ou psicológico.
É possível desenvolvermos vícios dos mais variados tipos. Aqueles mais conhecidos como: vício em bebidas alcoólicas, jogo, cigarro, drogas lícitas (como remédios) e ilícitas (como cocaína, crack), sexo, internet, e vícios considerados mais bizarros como por exemplo: comer terra, arrancar cabelos. Outros vícios comuns são os psicológicos como: ter que verificar diversas vezes se trancou a casa, lavar inúmeras vezes as mãos com medo de contaminação por germes e bactérias, somar todos os números placas de carro.
O importante é identificarmos quando estamos viciados em algo. A partir desse momento conseguimos iniciar um tratamento adequado. É um tratamento difícil porque o ciclo do vício envolve prazer imediato. Pode começar a ser percebido quando começamos a “sofrer”, a “ficar angustiado”, até mesmo com dores pelo corpo e outros sintomas físicos se não realizarmos aquele comportamento desejado. O sofrimento pode chegar a ser tão forte que paralisa. Não se consegue fazer mais nada antes de repetir aquele comportamento.
O vício está ligado a ANSIEDADE. É como se quiséssemos “descarregar” a ansiedade sentida por alguma outra coisa. Esses comportamentos podem ser classificados como Transtornos Obsessivos Compulsivos: obsessivos por conta dos pensamentos repetitivos e compulsivos pela necessidade de repetir esses comportamentos. No caso de vícios relacionados a substâncias, eles recebem classificações e tratamentos específicos para cada uma delas.
Também é necessário saber que é possível desenvolver vícios com mais facilidade se já existem casos com parentes próximos – componente genético. Também existem pessoas que entram em contato com certas substâncias e se viciam imediatamente como outras demoram mais. Portanto, vício não é só uma questão de “escolha errada”. Ninguém sabe como o seu corpo vai reagir ao tomar contato com substâncias com potencial para viciar. Qualquer um pode, algum dia estabelecer um comportamento de vício. Esses comportamentos têm influências sociais, psicológicas e biológicas.
A partir do momento que o vício é identificado, devemos começar o tratamento o mais rápido possível. Quanto mais tempo demoramos, mais o comportamento vai se cristalizando e ficando cada vez mais difícil a reversão. O tratamento é difícil por conta de que este comportamento dá prazer a pessoa. Quando iniciamos a retirada dele, lidamos com aspectos depressivos, frustrações, angustias que estavam sendo anestesiadas, escondidas.
Não tratando, a pessoa começa a se prejudicar tanto fisicamente quanto psicologicamente e socialmente. Começa a deixar de viver uma normalidade para ter que repetir aquela ação, e com o passar do tempo isso vai se intensificando. Torna-se cada vez mais “preso” ao vício.
A batalha não é fácil. É sofrida e necessita de muito apoio, vontade, entendimento e aceitação do erro que é o vício. Pode necessitar de medicamentos para suportar a abstinência, a falta do vício e terapia psicológica para realmente MUDAR esse modo de agir e “curar” as reais causas desse sintoma vício.
Kely C. Schettini
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
O que te interessa?
Como funciona o nosso interesse? O que faz interessarmo-nos por uma ou outra coisa?
O interesse é uma determinação psíquica ligada a várias instâncias da nossa mente. Inevitavelmente o interesse é ligado ao juízo, sendo assim, aquilo que nos interessa pode trazer benefícios ou causar mal. Também definir o que nos interessa vai delimitar facetas da nossa condição moral. O interesse é diferente da motivação, ele vai além dela. A motivação é a força que nos move. O interesse já envolve uma escolha, o empenho, força de vontade, em função de um objetivo.
O interesse é a capacidade que faz as descobertas acontecerem, o mundo evoluir, mas se o interesse não for bem usado, pode nos machucar ou mesmo nos destruir.
A curiosidade em responder as questões é que faz e fez as pessoas pensarem e agirem buscando compreender e modificar o mundo conforme aquilo que desejam.
Na sua composição, aquilo que nos interessa sempre envolve o valor que damos a uma questão, por que ele está diretamente ligado a função mental do juízo crítico.
Para entender como o interesse é despertado nas pessoas, citarei algumas áreas para exemplificar a situação.
No caso da educação, vemos e ouvimos muitas discussões entre os professores para despertar o interesse em seus alunos nas matérias e temas apresentados. Nesse âmbito, é mais simples conseguir isso trazendo questões atuais, do cotidiano do aluno, para que a informação transmitida faça sentido para ele. Deste modo é mais fácil ele perceber o valor daquela informação. Em física, química, biologia, os alunos gostam muito das feiras de ciências por conseguirem se envolver com a matéria, testando em experimentos práticos as teorias apresentadas. Na educação de adultos, vemos aulas de português e matemática descrevendo situações do cotidiano dessa pessoa. Vemos o bom exemplo da educação experimental trazendo muitos benefícios por conseguir despertar-lo.
O Interesse está ligado ao prazer. O prazer é o motivador que nos fará buscar algo que possa ser satisfatório. Sendo assim, na educação, resolver problemas que “façam sentido na vida do aluno” torna-se prazeroso para ele e o fazer permanecer interessado no tema.
Em um espectro psicológico maior, o interesse está totalmente ligado em como formamos nosso caráter. Aquilo que nos interessa pode determinar o limite de sermos uma pessoa ética ou não. Como já disse, nossos interesses estão diretamente ligados aos valores que damos as situações.
O interesse individual pode ser positivo quando buscamos melhorias e crescimento sem prejudicar aquele que está a nossa volta. Quando você deseja algo, você deve perceber os limites dessa ação. Buscar algo a qualquer custo, certamente causará mal à outras pessoas.
Nas amizades vemos isto de diversas maneiras como: a pessoa se aproxima da outra por gostar dela e desejar a sua amizade. Isto é um interesse positivo; agora se a pessoa se aproxima de alguém para conseguir se aproximar de uma outra pessoa, sem valorizar a primeira, pode simplesmente estar USANDO esta primeira. Quando a pessoa “faz amizade” com outra de fora da cidade só para conseguir ter onde ficar (amigo hotel), quando cria esse vínculo com alguém só por que ela tem carro (amigo táxi) ou por aquele que traz benefícios financeiros (amigo caixa eletrônico) são interesses num aspecto negativo.
No interesse individual, devemos buscar temas que nos faça crescer, evoluir dentro de uma ética. O importante é não ultrapassar o limite da outra pessoa, o respeito. Buscar aprender sempre, ter a nossa mente aberta a um mundo que não se limite ao nosso ego.
Devemos também aprender a diferenciar o que são questões de interesse particular e interesse público. Quando a pessoa exerce um papel que representa outras pessoas, ela não deve se apegar ao que é interessante pessoalmente mas ao que interessa a maioria dos que ela representa. O bem comum é o valor que deve estar envolvido nas escolhas daquilo que é interessante ao público.
Esse conceito do que é público permeia tanto cargos como gerentes, diretores empresariais assim como aqueles que estão envolvidos politicamente. Sempre que represento outras pessoas, o meu desejo, o meu ego não é a primeira instância a ser satisfeita e sim o desejo da maioria / daquilo que represento.
Portanto, o interesse é algo que deve ser olhado com muito empenho. Nem tudo que é estimulante e motivador, deve ser transformado em objeto de interesse e assim desenvolvido. Nem tudo o que desejamos nos é permitido realizar.
Repense seus interesses e objetivos, veja quais estão fazendo você evoluir como pessoa. Veja se você não está desperdiçando tempo, energia em algo que não tem valor de fato. Não use o interesse à te prejudicar ou prejudicar outras pessoas.
Evolua sempre! A psicologia está aqui para nos ajudar!
Quando a dor é só tristeza ou depressão
Muitos falam em depressão, mas você sabe reconhecer quando alguém ou mesmo você possa estar em depressão?
A depressão é uma doença séria, muito difícil de ser tratada. A pessoa parece sempre estar cansada, com olhar “parado”, triste, pensamentos melancólicos, o seu cuidado com a aparência diminui. Descreve constantemente vários sintomas físicos como dores pelo corpo, na cabeça, sem forças para nada. Fala que sente um “aperto no peito” e que não sente mais esperança na vida.
Sua auto-estima fica rebaixada, não tem vontade de se arrumar, sair de casa e, por vezes, não tem nem vontade de tomar banho. Sentem-se incompetentes, sem valor e costumam sentirem-se culpados por tudo.
O principal fator que a depressão “tira” da pessoa é a VONTADE. Ela não sente mais vontade de fazer nada e ao mesmo tempo sentem-se ansiosas e angustiadas por isso. Possuem uma tristeza profunda, seu sono e alimentação se alteram e seu desejo sexual diminui.
A pessoa deprimida pode ter idéias freqüentemente relacionadas ao suicídio. O deprimido na verdade não quer morrer, mas sim “matar” aquela dor sentida. Pensa que só com a morte que esses sentimentos irão acabar. É uma dor profunda, uma “dor na alma”.
Devemos diferenciar a depressão da tristeza. Podemos ter muitos desses sintomas depois de situações traumáticas, quando vivemos grandes perdas como um amor não correspondido ou mesmo um luto. A diferença é que com o passar do tempo, na tristeza esses sentimentos vão diminuindo e na depressão não. A tristeza é NORMAL enfrentarmos, a depressão é uma doença a ser tratada.
A doença pode ser desencadeada não só por fatores psicológicos, mas também por alterações hormonais, uso de drogas permitidas (como alguns tipos de remédios e álcool) ou drogas ilegais (como cocaína).
Ela deve ser tratada corretamente por um médico com medicamentos e terapia. Os medicamentos vão equilibrar o organismo e aliviar os sintomas. A terapia vai desenrolar os nós do pensamento que estão alimentando esses sentimentos.
Não adianta nada as pessoas ao redor ficarem falando, exigindo que a pessoa mude. Por mais que ela diga que quer mudar, que vai tentar, dificilmente consegue fazer isso sem o tratamento adequado. Os sintomas de incapacidade acabam aumentando. Frases ditas como “quando eu tiver vontade eu consigo” nunca acabam sendo concretizadas, pois essa vontade nunca vem. Como já disse, a vontade é a primeira atitude a desaparecer em que está em depressão.
As pessoas esquecem que o cérebro é um órgão como qualquer outro do nosso corpo e que as doenças que acometem este órgão alteram o humor, com a capacidade de se relacionar com o mundo e com as outras pessoas. A depressão é uma doença e deve ser tratada com toda sua profundidade.
É bastante difícil quem nunca enfrentou uma depressão entender o que o deprimido sente, portanto quem está ao lado de alguém que está sofrendo desta doença, tenha a delicadeza necessária para acolher essa dor e ajudar a tratar. Saiba que muito do que é dito e feito, é influenciado pela doença e por isso a pessoa deve ter o tratamento especializado o quanto antes. Todos que estão à volta do deprimido acabam sendo, de certa forma, atingidos por ela também.
Tenha calma, muito amor e carinho. Busque a ajuda especializada que a melhora é conquistada. Mesmo que o deprimido não acredite nisso, a depressão tem cura!
Kely C. Schettini
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