quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
PODER
O poder fascina muitas pessoas, mas o que é de fato o “poder”?
As pessoas que possuem esse desejo de “ter poder” desejam na verdade muitas outras coisas: dinheiro, fama, necessidade de controlar outras pessoas, de sentir-se superior, ter status social, acumular diversos tipos de ganhos, não ter que dividir...
É uma pessoa insatisfeita que possui um forte sentimento de inferioridade que “evolui” para uma necessidade de domínio e acúmulo de posses. Sentem-se, muitas vezes inconscientemente, inseguras, fracassadas, rejeitadas, incompetentes.
Sendo assim, ela é dominada por um desejo ganancioso. Visa sempre um ganho nas suas atitudes, um lucro. Busca com isso se satisfazer, compensando dessa forma os sentimentos de inferioridade e incompetência que possui e a atormentam.
Diferencio a ganância da ambição. A ambição é o desejo de ganhos, conquistas, realização. Desejos estes necessários e saudáveis para o desenvolvimento das pessoas. É positivo se acontecer em um nível adequado. Ter certo grau de ambição é necessário, positivo para o crescimento e a realização de sonhos. Porém se esta ambição está exacerbada, em excesso, torna-se prejudicial, negativa, destrutiva e liga-se a ganância.
A pessoa que deseja o poder, nesse sentido, nunca se satisfaz, nunca supre as faltas que realmente sente pois não são essas conquistas que irão realmente fazê-lo deixar de sentir-se de fato frustrado.
Freud demonstra analisando Macbeth e a personagem Lady Macbeth (OS ARRUINADOS PELO ÊXITO Volume XIV das Obras Completas de Sigmund Freud) que as frustrações não são satisfeitas por esse poder e essas conquistas e muitas vezes arruínam as pessoas. Fica claro que obter o poder nunca traz a felicidade tão desejada. Essas pessoas serão sempre insatisfeitas, sentirão sempre inferioridade e incompetência e mesmo que atinjam os seus objetivos, muitas vezes não os suportam e chegam a adoecer e até mesmo morrer por isto.
Outro autor, Alfred Adler, diz muito em sua teoria sobre esse desejo de poder, o quanto as pessoas são motivadas e destruídas por ele. Sempre insatisfeitas, as pessoas podem fazer escolhas que a levem a caminhos muito negativos e que não atinjam os objetivos reais em se tornarem satisfeitas e felizes.
Vemos assim que o desejo de poder, não evolui os seres humanos pois é totalmente contrario a um pensamento de vida plena, em conjunto com os outros, uma vida social adequada e contendo felicidade e satisfação. Só demonstra o quanto que é movido pelo desejo de poder pensa individualmente e é dotado de grandes faltas e frustrações, prejudicando a si mesmo e certamente naqueles que convive ou domina.
Como diria Carl G. Jung: Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro.
Somente com o amor e o desprendimento da tentativa de compensações pelo poder esta pessoa poderá evoluir e um dia, resolver suas questões que o aterrorizam e causam tanto mal.
Kely Schettini
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